A última terça-feira, 5, foi marcada pelo início da greve dos Tecnicos Administrativos em Educação da Universidade Federal Rural do Para - UFRA. A categoria vem se mobilizando nos últimos meses contra as práticas autoritárias e antidemocráticas da interventora Herdjania Veras de Lima e de seus conselheiros.
A mobilização iniciou às 9h em frente ao portão de entrada da universidade. Com faixas estendidas, os técnicos dialogaram com alguns estudantes e em seguida, fizeram um ato em frente ao prédio do pavilhão de aulas, onde ocorria um evento com a presença da interventora.
Com uma bike som, o movimento explicou o motivo da greve aos estudantes que passavam pelo local. Outras falas eram direcionadas à reitora sobre os problemas internos da instituição que afetam técnicos e estudantes. Os trabalhadores acusam a atual gestão de autoritarismo por ignorar as demandas da categoria de técnicos administrativos em educação (TAE) como por exemplo, a não nomeação dos conselheiros TAE’s eleitos pelos próprios trabalhadores.
Foram inúmeras as falas que expressavam o desrespeito de Herdjania e de seus conselheiros com a categoria. As condições estruturais precárias da universidade também foram destacadas durantes as falas, inclusive por estudantes que pediram o microfone para denunciar a falta de aulas práticas na universidade, o problema dos ônibus intermunicipais que estão cheios de multas e por isso não podem ser utilizados, cadeiras quebradas nas salas de aula e no restaurante universitário, a retirada das salas dos centros acadêmicos entre outros problemas graves.
Durante a manifestação, os técnicos sofreram várias tentativas de intimidação por parte de professores e outros servidores bajuladores da interventora Herdjania, fazendo filmagens e gravações para expor nas redes sociais. Prática que já vem sendo feita por essas pessoas com o intuito de deslegitimar e criminalizar o movimento dos trabalhadores TAE’S. Apesar da tentativa, não foram capazes de dispersar a manifestação legítima.
O movimento segue firme e forte na luta pela democracia na instituição, exigindo que a reitora dialogue com a categoria na tentativa de resolver de forma democrática problemas internos da universidade. Por outro lado, a reitora se esquiva desse diálogo e impõe as suas vontades, desrespeitando a opinião de tecnicos, alunos e toda a comunidade acadêmica nas tomadas de decisão na UFRA. Herdjania governa da mesma forma como foi empossada por Bolsonaro: de forma autoritária, antidemocrática e servindo a seus interesses particulares.
Por tudo isso, a greve dos TAE’s segue por tempo indeterminado. E as reivindicações principais do movimento de técnicos administrativos em educação segue sendo a nomeação imediata dos conselheiros TAE’s; a realização de eleições gerais; a suspensão imediata da Resolução 510/2023, aprovada pelo Consad e sem o debate com a comunidade, que adota o ponto eletrônico (mais uma ferramenta de assédio contra os servidores); e democracia.
Nas próximas semanas serão realizadas assembleias e atos de mobilização da categoria. O sintsep Pa apoia e convoca seus filiados e filiadas a se somarem nesta mobilização em defesa dos direitos dos servidores da UFRA.
É hora de nos unirmos na luta contra o autoritarismo e o abandono da universidade pela atual gestão! Respeitem os TAE’s! Democracia Já!